Manifestando-se através de diversos sinais clínicos, é uma das mais nocivas doenças à avicultura, atingindo, na maioria dos casos, aves jovens — especialmente galinhas
A doença de Gumboro é uma condição viral também conhecida como doença infecciosa da bursa (DIB), ou bursite. Consiste em uma infecção aviária ocasionada pelo birnavírus, que invade diretamente o sistema imune das aves e se espalha, em muitos casos, de forma assintomática.
A doença de Gumboro destrói o tecido linfoide (bolsa de Fabricius), resultando em imunodepressão e impactando negativamente os sistemas de defesa do animal. Uma das consequências é o fato de a doença de Gumboro gerar respostas deficitárias a vacinas, deixando os animais mais suscetíveis a novas infecções.
O birnavírus, causador da doença de Gumboro, não é o único que leva malefícios à bolsa de Fabricius e a órgãos linfoides, mas é o principal, por sua resistência e capacidade de contaminar as instalações avícolas.
A bolsa de Fabricius é composta por linfócitos B adultos ou imaturos que apresentam receptor IgM e, em menor proporção, células T, macrófagos, células dendríticas, além dos estromas epitelial e conjuntivo do órgão e o substrato vascular. O tecido linfoide se distribui pelo organismo em áreas como cavidade nasal, baço, fígado e reto.
Como a doença de Gumboro se espalha?
Por ser um vírus altamente resistente, tem a capacidade de permanecer por muito tempo em ambiente aviário e geralmente é quase impossível de ser eliminado. A presença da variante pode levar a um surto caso novas aves sejam colocadas no mesmo espaço, uma vez que a transmissão pode ocorrer de uma ave para outra e até mesmo de um rebanho para outro.
A doença de Gumboro também é enzoótica, o que significa que o vírus é residente em aviários. Por isso, a aplicação rigorosa de medidas de biossegurança e a limpeza e desinfecção minuciosas têm papel fundamental na redução da força do vírus e na prevenção do surgimento de novas variantes.
Sinais e sintomas da doença de Gumboro
Os sinais variam de acordo com a gravidade da infecção e a idade da ave. Os mais visíveis incluem apatia, diarreia aquosa, penas eriçadas, desidratação e redução no consumo de ração e água. Outros sintomas são:
- Espirros e respiração ofegante;
- Em casos mais graves, pode haver torção de cabeça e pescoço, andar em círculo ou para trás, e até mesmo paralisia;
- Aumento inicial da bolsa de Fabricius, com lesões hemorrágicas, seguido por atrofia.
É imprescindível lembrar que a condição pode se manifestar de forma clínica ou subclínica (sem sintomas evidentes). Nestes casos, a imunossupressão causada pelo vírus pode levar a outras doenças secundárias motivadas pela baixa resistência do animal.
Impactos negativos da doença de Gumboro na avicultura
A doença de Gumboro é uma das patologias de maior impacto econômico e clínico à avicultura, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), por conta dos prejuízos causados em decorrência do aumento da mortalidade na granja, aumento da conversão alimentar e maior suscetibilidade a outras doenças.
Outros transtornos causados pela doença são:
- Redução do desempenho animal;
- Dificuldade no controle da condição;
- Prejuízos significativos na produção de alimentos, como ovos.
Como prevenir a doença de Gumboro?
O principal meio de controle da doença é através de vacinas, como:
- Vacinas vivas: são direcionadas aos pintinhos para induzir resposta imune ativa;
- Vacinas de imunocomplexo: administradas em incubatório, fornecem imunidade prolongada e protegem os animais contra a neutralização por anticorpos maternos;
- Vacinas vetorizadas: atuam com um vírus geneticamente modificado (vetor HVT) que contém o gene do vírus de Gumboro.
A biosseguridade também colabora na prevenção da patologia ao colocar medidas de limpeza e desinfecção constantes como fatores cruciais para impedir a disseminação da doença de Gumboro. O gerenciamento do esterco é outro ponto de atenção, uma vez que, infectado, pode facilmente espalhar a condição. O correto é armazená-lo longe das aves.
Existe tratamento para doença de Gumboro?
A doença de Gumboro é tão complexa que não há um tratamento 100% eficaz. Portanto, se houver risco de contágio, a vacinação é a melhor opção. O vírus é resistente a diversos desinfetantes, mas a administração de alguns antibióticos pode ajudar na redução dos sintomas.
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Fontes:




