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cão raivoso latindo.
03/07/2024

Raiva canina: o que é e como identificar?

5 min. de leitura

Doença com alta taxa de mortalidade, porém rara, é causada por vírus

A família do vírus causador da raiva é capaz de infectar diversos hospedeiros, como os caninos. Porém, também acomete outros mamíferos, como os felinos, morcegos, gambás, macacos, cavalos e bovinos, além do ser humano.

Devido à alta capacidade de infecção de hospedeiros ao redor do mundo, as principais fontes de transmissão da raiva mudam. Na Europa, as raposas são a principal fonte de infecção para cães e humanos. Nos Estados Unidos e Canadá, são os gambás, esquilos e morcegos.

Já na África e Ásia, o ciclo urbano predomina, onde um cão infecta o outro. Porém, na América Latina e no Caribe, embora o ciclo urbano seja predominante, o ciclo silvestre está se tornando alarmante devido ao desmatamento. Nesse cenário, o morcego hematófago infecta tanto animais quanto humanos.

Por isso, conhecer sobre a raiva canina é um dos primeiros passos para identificar essa doença, que é conhecida por ter uma alta taxa de mortalidade, matando quase 100% dos animais que a contraem.

O que é a raiva canina?

Essa patologia é considerada antiga, sendo relatada pela primeira vez em 23 antes de Cristo, como “vírus da loucura”, responsável por diversas mortes no mundo todo.

A raiva canina é uma doença infecciosa grave, causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, que é fatal. Essa infecção atinge o sistema nervoso central, provocando uma encefalite de evolução extremamente rápida após o início dos sintomas.

Além de representar um perigo para os cães, a raiva também é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para humanos, o que a torna uma ameaça ainda maior.

Como ocorre o contágio de raiva canina?

O contágio ocorre de forma percutânea, pela mordida ou arranhadura do animal contaminado.

A raiva canina entra primeiro em contato com o sistema nervoso periférico, ou seja, o local mordido ou arranhado. A partir daí, o vírus começa a se replicar até atingir o sistema nervoso central, região do cérebro. Esse vírus se instala também nas glândulas salivares dos animais que foram contaminados.

O contágio pode se dar por meio de animais domésticos, porém, os silvestres, como morcegos, guaxinins e macacos, também podem transmiti-lo; sendo os animais silvestres a principal fonte de contaminação de cães e gatos.

Como identificar a raiva canina?

A raiva canina pode ser identificada por uma variedade de sintomas, incluindo mudanças comportamentais, agressividade, dificuldade de deglutição, paralisia e convulsões.

Além desses sintomas, o indivíduo contaminado pode apresentar:

  • Mal-estar geral;
  • Pequeno aumento de temperatura;
  • Anorexia;
  • Cefaleia;
  • Náuseas;
  • Dor de garganta;
  • Entorpecimento.

Fases da raiva canina

O período de incubação do vírus é, em geral, de 15 dias a dois meses. Após o início da expressão do microrganismo e dos sintomas da raiva canina, as fases dessa doença são divididas em duas: raiva furiosa e paralítica.

É importante ressaltar que a transição entre as fases da raiva canina pode variar em cada caso, com alguns cães desenvolvendo sintomas de forma mais rápida ou lenta do que outros. No entanto, em ambas as fases, a raiva canina é uma condição fatal.

Raiva furiosa

Na fase inicial da raiva canina, conhecida como raiva furiosa, os sintomas são predominantemente comportamentais. Esse período inicial é caracterizado por uma atividade nervosa intensa, resultando em comportamento agressivo e descontrolado.

Os cães nessa fase começam a se esconder em lugares escuros ou mostram uma agitação inusitada, além de irritação e inquietação, contrastando com seu comportamento normal. Ele pode se tornar mais agressivo de forma injustificada, atacando sem provocação aparente.

O animal também pode apresentar mudanças na vocalização, como latidos e uivos incomuns. Convulsões, desorientação e falta de coordenação motora também são sinais comuns nesta fase da raiva canina.

Raiva paralítica

Essa fase é marcada pela deterioração gradual das funções neuromusculares. O cão contaminado com raiva nesse período pode apresentar fraqueza muscular, especialmente nas patas traseiras, o que resulta em uma marcha instável e cambaleante.

Conforme a fraqueza se intensifica, o animal perde completamente a capacidade de se mover, levando à paralisia. Além disso, o canino pode apresentar disfagia e salivação excessiva, sinais esses que refletem a progressão da raiva canina para o sistema nervoso central, interrompendo as funções motoras.

 Diagnóstico de raiva canina

O diagnóstico de raiva canina pode ser realizado por meio de:

  • Exames clínicos;
  • Análise de sintomas;
  • Testes laboratoriais para detecção do vírus: de imunofluorescência direta (DFA), RT-PCR (Reação em cadeia da polimerase via transcrição reversa) ou imuno-histoquímica.

Tratamento de raiva canina

Não há tratamento eficaz para a raiva, uma vez que os sintomas se manifestam. Para os cães infectados, a eutanásia é a frequentemente indicada, evitando a propagação da doença e o sofrimento do animal doente.

Como prevenir a raiva canina?

A prevenção da raiva canina é fundamental, uma vez que a doença é fatal. Pode ser alcançada por meio da vacinação regular dos cães, que protege os caninos e previne a propagação dessa zoonose.

Vacina para raiva canina

A vacinação contra a raiva canina é uma medida crucial para a prevenção da doença. Os cães devem receber vacinas conforme as diretrizes veterinárias, com reforços regulares, visando manter a imunidade contra a raiva adequada.

A vacina funciona estimulando o organismo do animal a produzir sua própria proteção (anticorpos) contra a doença.

Para saber mais sobre outras doenças que acometem os animais e como tratá-las, acesse o site da Chemitec.

 

Fontes:

Instituto Butantan

Ministério da Saúde

Instituto Pasteur