Esta sarna tem tratamentos paliativos, uma vez instalada não tem cura e sim como controlar. Conhecida popularmente como sarna negra, esse tipo de sarna acomete principalmente cães jovens e requer um controle eficaz
A Demodiciose é uma dermatopatia parasitária inflamatória de cães causada pela proliferação anormal de um ácaro do gênero Demodex canis, porém, este ácaro faz parte da microbiota cutânea, onde é tipicamente presente em pequena quantidade, e reside nos folículos pilosos e glândulas sebáceas da pele. Vários fatores, dentre eles o estresse, desnutrição, doenças debilitantes e imunossupressoras levam ao aumento desse ácaro na pele do animal desenvolvendo a chamada sarna demodécica.
Confira a seguir todas as particularidades da sarna negra, comumente denominada a sarna demodécica.
Como é transmitida a sarna demodécica?
A sarna demodécica não é contagiosa para o homem, não sendo assim uma zoonose. Acomete animais de tamanhos distintos, desde filhotes até animais na fase jovem, sendo os de fase adulta com idade geralmente superior a quatro anos.
A transmissão ocorre da mãe para os filhotes por contato direto nos dois ou três primeiros dias de vida, uma vez que o Demodex canis é residente normal da pele canina. O ácaro pode ser transmitido do adulto para o adulto quando ocorre aplicação de soluções carregadas de ácaros para a pele do cão ou, por confinamento estreito com um cão portador de demodiciose generalizada, porém, a doença progressiva não ocorre e as lesões que aparecem se curam espontaneamente.
O ácaro causador da patologia habita o folículo piloso do animal sem oferecer grandes prejuízos à sua saúde. A presença de maiores quantidades de ácaros causará danos e descolamento das hastes dos pelos, terminando com sua queda, desde o folículo.
Existem alguns fatores predisponentes para a manifestação da sarna demodécica como estresse, desnutrição, traumatismo, cio, parto, lactação, parasitismo, vacinas ou até mesmo doenças. A sarna demodécica pode ser recorrente de uma imunossupressão por doenças como: diabetes mellitus, alergias, doenças hepáticas, neoplasias, hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo. A administração de drogas imunossupressoras também pode predispor à doença.
Sintomas da Sarna demodécica
A sarna demodécica é classificada em duas formas clínicas diferentes: localizada e generalizada. A forma localizada geralmente ocorre na face do animal onde ocorre lesões em áreas delimitadas, descamações, aparência avermelhada e ausência de pelos. A forma generalizada da sarna negra geralmente acomete grandes áreas do corpo do animal. A alopecia generalizada difusa é a única anormalidade cutânea no curso inicial da doença. São observados em pouco tempo, coceira, descamação, formação de crostas e tamponamento folicular, que resulta na forma escamosa. Alguns cães podem apresentar apenas modificações seborreicas onde, os ácaros se desenvolvem no folículo piloso e geralmente provocam uma foliculite.
A linfadenopatia periférica é acentuada. Quando ocorre piodermite secundária, observa se edema, formação de crostas e manchas em placas. Quando se desenvolve foliculite profunda, os exsudatos são produzidos e formam crostas espessas. A ação do ácaro está, sobretudo, na dilatação dos canais foliculares pilosos, acarretando o transporte de bactérias para a profundidade dos poros, com aparecimento de odor desagradável. As bactérias se multiplicam debaixo de crostas e nos folículos. Passados alguns meses, a pele cronicamente infectada fica recoberta por lesões crostosas, piogênicas, hemorrágicas e foliculares furunculares.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da sarna demodécica baseia-se em anamnese, exame clínico e raspado de pele. O tratamento da sarna demodécica localizada e generalizada são diferentes. Em animais adultos, a saúde e o manejo devém ser avaliados, com atenção especial à dieta, ao programa de vacinação e tratamento anti-helmíntico.
O possível controle do aparecimento dos sintomas da sarna demodécica em adultos, deve basear se no tratamento das causas primárias, que podem contribuir para imunossupressão levando ao aumento do ácaro no folículo piloso e, consequentemente manifestação dos sintomas da doença. Por outro lado, por ser transmitida de mãe para o filhote, não existe cura e o tratamento é feito visando controlar a infestação por estes ácaros para evitar o aparecimento dos sintomas.
O tratamento é geralmente baseado em produtos de uso tópico como, pomadas, sprays, loções e xampus. Dependendo do acometimento do animal pode também ser prescrito medicamentos de uso sistêmico.
Para um diagnóstico preciso e tratamento correto da sarna demodécica, o ideal é consultar um Médico Veterinário o qual irá prescrever com exatidão o melhor protocolo a ser seguido pelo tutor.
Fontes:
Chemitec – Medicamentos Veterinários.