Saiba tudo sobre essa doença que afeta o gado
A paratuberculose, também conhecida como doença de Johne, é uma infecção crônica causada pela bactéria Mycobacterium avium, subespécie paratuberculosis (MAP). Essa doença afeta principalmente bovinos, ovinos e caprinos, sendo caracterizada por uma enterite granulomatosa, o que leva a sintomas como diarreia crônica e emagrecimento progressivo. Embora seja mais comum entre bovinos leiteiros, também pode ocorrer em bovinos de corte.
Descubra como identificar e tratar a paratuberculose em seu rebanho.
Como a paratuberculose é transmitida?
A doença de Johne é transmitida principalmente através da ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes que contêm a bactéria MAP. Animais jovens, principalmente antes do desmame, são mais suscetíveis à infecção.
Também se acredita na infecção congênita, já que o agente etiológico está presente no aparelho reprodutor de machos e fêmeas. Embora isso não tenha comprovação, a eliminação regular de MAP pelo sêmen sugere que os touros podem disseminar a paratuberculose dessa forma, ainda mais em rebanhos submetidos à inseminação artificial.
Quais são os sintomas da paratuberculose?
Os sintomas mais comumente observados da doença de Johne são:
- Emagrecimento progressivo: os animais apresentam perda de peso significativa — apesar de manterem o apetite;
- Diarreia crônica: essa condição se torna persistente, podendo variar de líquida a pastosa;
- Estado corporal ruim: animais infectados ficam extremamente magros, com pouca ou nenhuma gordura corporal. As costelas, a coluna vertebral e os ossos pélvicos se tornam facilmente visíveis;
- Alterações na mucosa intestinal: durante a necropsia, foram observadas mucosas espessadas e enrugadas com um aspecto anelado, principalmente na região próxima à válvula íleo-cecal (estrutura intestinal);
- Aumento e edema de órgãos do sistema linfático: os linfonodos aparecem aumentados e edematosos, com áreas escuras na região medular e pequenos nódulos esbranquiçados na região cortical.
Como é realizado o diagnóstico desta doença?
Inicialmente, são observados os sinais clínicos nos animais. Após isso, a histologia é fundamental na confirmação do diagnóstico. Utilizando a coloração de Hematoxilina e Eosina (HE), se nota enterite granulomatosa com infiltrado inflamatório difuso, composto principalmente por linfócitos, plasmócitos, macrófagos epitelioides e células gigantes tipo Langhans. A coloração de Ziehl-Neelsen (ZN) é usada para identificar bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) na mucosa e submucosa intestinal.
Já as técnicas laboratoriais mais comuns são o isolamento bacteriano através da cultura de amostras de fezes e a PCR IS900, que detecta o material genético específico do MAP em amostras de fezes. O segundo método é considerado mais eficaz por ser mais rápido e por identificar o agente mesmo em amostras com baixa carga bacteriana.
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Como tratar a paratuberculose?
O tratamento da doença de Johne é um grande desafio por conta da falta de opções terapêuticas eficazes. Ainda não existe um tratamento para eliminar o MAP de um organismo infectado. Por ser uma bactéria resistente a muitos antimicrobianos, as opções terapêuticas se tornam ineficientes a longo prazo.
O foco principal no controle da paratuberculose é na prevenção da disseminação da doença dentro do rebanho. Para isso, são impostas medidas de biosseguridade: manejo sanitário adequado, isolamento de animais infectados, melhoria na higiene e gestão correta de resíduos são alguns exemplos.
Por fim, a testagem regular dos animais é essencial para identificar a condição precocemente e facilitar medidas de controle. A seleção genética também pode ser uma estratégia complementar para aumentar a resistência ou tolerância à doença em rebanhos.
Quais são os impactos da paratuberculose?
A paratuberculose impacta negativamente no setor pecuário, muito por conta de perdas econômicas. Os sintomas em animais afetados resultam em menor ganho de peso e diminuição na qualidade dos produtos derivados do gado. Além disso, a necessidade de manejo sanitário rigoroso e a implementação de medidas de controle aumentam os custos operacionais de fazendas.
A doença também pode impactar negativamente as exportações de produtos pecuários, porque muitos países têm restrições exigentes e específicas sobre a paratuberculose por causa do alto risco de disseminação da doença.
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Fontes:
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro